quarta-feira, 7 de abril de 2010

A cidade-Estado de Esparta (autoral)






Esparta é uma cidade da Grécia, no sudeste da região do Peloponeso. Conquistou a vizinha Messénica, no ano de 700 a.C. Na Guerra do Peloponeso, Esparta derrotou Atenas e passou a comandar a Grécia.









História:



Esparta surgiu por volta do século IX a.C. Durante a época Micênica, surgiram ao sul de Esparta 2 centros urbanos, Amiclas e Terapne, nessa última encontrava-se santuários dedicados ao deus Menelau e à sua esposa Helena, personagens da Ilíada de Homero.



Como em outras partes da Grécia, a Lacônia viveu um decréscimo populacional no fim da era Micênica. No século seguinte à invasão dos Dórios, 4 aldeias da Lacônia se uniram para formar Esparta.



Perante o problema do crescimento populacional e falta de terras, Esparta optou pelo meio da guerra para solucionar o problema. Assim, Esparta decidiu conquistar os territórios vizinhos.



Em 570 a.C., uma tentativa de conquistar a Arcádia foi um fracasso, já que Esparta decidiu a sua política no sentido da democracia. Assim, Esparta ofereceu a outras localidades do Peloponeso a oportunidade de integrar uma liga, a Liga do Peloponeso.



Durante as Guerras Persas, Esparta liderou as forças para defender a Grécia por terra, enquanto Atenas defendia pelo mar. No final da guerra, a relação com Atenas acabou, formando a Guerra do Peloponeso, do qual os Espartanos saíram vitoriosos.





Educação:



A educação espartana apresentava particularidades em relação ao sexo e em estar concentrada nas mãos do Estado. Era centrada na orientação pra guerra e a segurança da cidade, sendo valorizada ao máximo a atividade física e o sentimento patriótico.



Viam na educação um modo para a domesticação dos jovens. Formavam soldados educados no rigor para defender a coletividade. Sabe-se que a criança, até os 7 anos vivia com a mãe, e a partir os 8 era mandada para uma espécie de bando ao ar livre.



Castigos físicos:











Figura 2- Luta-livre


Admitia-se o roubo e o ardil como formas válidas na formação das crianças. Sendo pegos em flagrante, eram submetidos a castigos como a flagelação pública. Dos 12 aos 15 anos eram ensinados-lhes a ler e calcular, naturalmente também a cantar o hino do poeta Tirteu. Na etapa final, dos 16 aos 20 anos, um pouco antes de entrar no serviço, eram adestrados as armas, na luta com lanças e espadas e no arco e flecha. Eram aumentadas a carga dos exercícios.



O cultivo da coragem: Platão observou que a sua principal falha era o ênfase excessivo aos exercícios físicos. Além disso, a obcessão militarista os impedia de conviver bem em épocas de paz. A maior crítica se refere a de desenvolver a coragem. O jovem não teria receio de nada que envolvesse as artes militares, por consequência não apreciavam nenhum tipo de tolerância.













Figura 3 - O guerreiro ferido


Intolerância: Qualquer fraqueza demonstrada era vista como algo que deveria ser repelido da sociedade. Para corrigir eventuais defeitos de comportamento, os instrutores recorriam à presença do “portador do látego”, encarregado de aplicar chibatadas e suplícios, que eram estendidos até as mulheres, para torná-las mais livres e endurecidas. Os legisladores espartanos criaram a críptia, um “esquadrão do extermínio”, para estimular os jovens a caçarem, sozinhos ou em bandos, os hilotas, os escravos que representavam uma ameaça ao seu vigor físico.



A educação dos homens: Os homens eram mandados ao exercito aos 7 anos. Aos 12, eran abandonados uma montanha sozinhos, nus e sem comida. Aos 18 voltavam para Esparta, e podiam ser agredidos por qualquer pessoa acima de 30 anos. Quem conseguisse viver até os 30 anos se tornava um oficial, voltando ao quartel.



A educação das mulheres: As mulheres recebiam quase a mesma educação que os homens. O objetivo era dotá-las de um corpo forte e sadio, para gerar filhos sadios. Consistia na prática de exercícios ao ar livre, com música e dança. Assim que atingiam a menarca (1ª menstruação), começavam a receber aulas práticas de sexo.



Assim que atingiam a maturidade (entre os 19 e 20 anos) elas pediam autorização ao Estado para engravidar. Se não conseguissem engravidar, eram mandadas para servir o exército.





Sociedade:



Esparciatas: Eram desse grupo os filhos de espartanos, sendo os únicos que possuíam direitos políticos. Deviam dedicar sua vida ao Estado espartano, permanecendo à disposição do exército ou negócios públicos. Era obrigatório receber a educação espartana e se inscrever num syssition¸uma espécie de refeitório comum. Não podiam exercer o comércio.



Hilotas: Eram os servos que trabalhavam nos lotes de terra, entregando metade da colheita ao Espartano. Cultivavam a terra a vida inteira e não podiam ser expulsos. Foram protagonistas de várias revoltas contra o governo espartano.



Periecos: Eram os habitantes da periferia que estavam integrados no estado espartano e ao qual pagavam impostos. Eram obrigados a participarem das guerras e não tinham direitos políticos. Podiam exercer o comércio e a indústria artesanal.





Instituições políticas:





Assembléia: Era composta por todos os Espartanos (exceto hilotas e periecos). Reunia-se uma vez por mês, elegiam os magistrados e designavam os gerontes.



Os Reis: Eram dois, pertencentes às famílias reais que afirmavam ser descendentes de Hércules. Destacavam-se os serviços de caráter militar e religioso.



Gerúsia: Preparava as propostas que seriam apresentadas à Assembléia. Tinham funções administrativa, legislativa e judiciária.



Apela: Formada por cidadãos espartanos maiores de 30 anos e elegia os membros da Gerúsia.



Éforos: Detinham amplos poderes, e eram os verdadeiros chefes de estado Espartanos.





Religião:



Ocupou um espaço maior que em outras cidades. Existiam 43 templos dedicados à divindades, 22 templos aos heróis, 15 estátuas de deuses e 4 altares.



Divindades: As divindades femininas desempenharam em Esparta um papel importante: dos 50 templos ditos por Pausânia, 34 são dedicados a deusas, sendo a deusa Atenas a mais adorada. O deus Apolo tinha uma importância crucial: o monumento mais importante na Lacônia era de Apolo em Amyclai.



Também havia o culto aos heróis da Guerra de Troia. Segundo Anaxágoras, Aquiles era adorado como um deus e tinha 2 santuários dedicados a ele. Eram adorados também Agamemnon, Cassandra, Clitemnestra, Menelau e Helena.



Esparta prestava culto a Castor e Pólux, e Héracles era uma espécie de “Herói Nacional”.













Figura 4 - Jovem deus estrangulando a serpente


Sacrifícios e sinais divinos: Os sacerdotes exerciam um papel importante em Esparta. Os dois reis estavam encarregados de realizar os sacrifícios públicos, que eram valorizados principalmente em tempos de guerra. Antes da partida de alguma expedição militar, se fazia um sacrifício a Zeus; quando se passava da fronteira realizava-se a Zeus e Atenas e antes da batalha a Ares Envalios.





Organização econômica:



A organização econômica em Esparta visava garantir a eficiência militar e a supremacia dos esparciatas. As melhores terras e também os hilotas que lá moravam era propriedades do Estado.





por: Raphaela A.

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