sexta-feira, 9 de abril de 2010

A cidade-estado de Atenas

Atenas na antiguidade era uma sociedade não militarista, em oposição a Esparta e se destacava das outras cidades gregas por ter adotado a democracia. Foi fundada no século VIII a.C.na região da Ática. Durante as Guerras Médicas Atenas comandou o exército Grego através da chamada Confederação de Delos.
A sociedade ateniense era dividida no período de seu apogeu em:
• Eupátridas (alta aristocracia, com direito a cidadania, que foi progressivamente abrangendo os menos ricos);
• Metecos (pequenos comerciantes, sem direitos de cidadão) e
• Escravos (prisioneiros de guerra e condenados por algum crime; eram também considerados escravos os que pagavam dívidas).
A política passou pelas fases de monarquia, arcontado, tirania e democracia.
Sociedade
O governo era inicialmente monárquico, com os reis considerados descendentes de Erecteu. A Sociedade era então organizada em famílias, frátrias e quatro tribos. A monarquia porém sucumbiu aos ataques das famílias aristocráticas (eupátridas) e foi substituída eventualmente por três arcontes eleitos (inicialmente por dez anos, depois para mandatos anuais) e por um conselho chamado de boulé. Os arcontes eram:
• O Arconte-Rei: com funções religiosas, representando a monarquia.
• O Arconte Epônimo: principal governante e juiz supremo. Os anos eram referidos pelo nome do arconte (dizia-se que o evento ocorreu no ano em que tal pessoa era arconte epônimo).
• O Polemarco: chefe militar responsável pela segurança do estado.
A exigência por parte das classes mais baixas de que as leis fossem escritas e publicadas levou a designação de mais seis arcontes, os Tesmotetas, responsáveis pela codificação e guardiãs das leis, dando início ao que mais tarde se tornaria a organização judiciária no estado ateniense.
A Boulé, formada por aqueles que já tinham ocupado algum dos cargos de arconte, que partilhava com a eclesia o poder legislativo
Cada uma das quatro tribos se dividia em doze naukrariai, que deviam fornecer uma nau cada uma para a marinha de guerra. Os presidentes das naukrariai formavam um conselho que tinha importante participação na administração da cidade.[1] A população se dividia ainda em:
• Eupatridas: os nobres, grandes proprietários de terras e escravos;
• Gergoi: os agricultores,pequenos e médios proprietários;
• Demiourgoi: artesãos, comerciantes;
• Tetas: Trabalhadores assalariados;
e mais tarde, numa divisão baseada na propriedade:
• pentakosiomedimnoi: aqueles que produziam quinhentas medidas de cereal ou azeite em suas propriedades;
• hipeis: aqueles que podiam criar um cavalo — equivalente a trezentas medidas de cereal ou azeite;
• zeugitai: que produziam duzentas dessas medidas e por isso podiam criar uma junta de bois;
• thetes: que eram camponeses pobres ou trabalhadores.
Posteriormente estas classes passaram a ser mensuradas em padrões monetários, sendo equivalentes a rendas anuais de 500, 300 e 200 dracmas.
Imperialismo Ateniense: O auge da democracia
No século V a.C. Atenas se destaca como um estado poderoso, mas ainda sofrendo ameaças dos persas, auxiliados por Hípias que tentava restabelecer a tirania. Durante seis anos os persas foram detidos pelas revoltas das cidades gregas na Iônia auxiliadas por Atenas. Finalmente em 490 a.C. iniciaram-se as Guerras Médicas, quando os persas tentaram a primeira invasão detida em Maratona. A segunda Guerra Médica, dez anos depois, encontrou em Atenas uma forte marinha de guerra, graças a influência de Temistócles. No final da guerra, apesar da cidade estar em ruínas, a frota ateniense se encontrava intacta, e seu prestígio ainda maior, conquistando com isso a hegemonia sobre todos os gregos da Iônia. O crescimento proporcionado nos tempos de Pisístrato também fez com que Atenas se tornasse dependente da importação de alimentos e matérias primas para a indústria, e para isso o domínio do mar era de suma importância. Sendo a única frota capaz de proteger a Grécia e as ilhas do Mar Egeu contra os persas, Atenas dominou as cidades gregas que haviam se rebelado contra a Pérsia, iniciando assim a Confederação de Delos. Através desta confederação, de suas colônias e clerucos no Mar Egeu e no Pontos Euxinus Atenas se transformou em uma potência imperial sob a liderança principalmente de Címon e Péricles. Com o tempo tomou o controle de seus aliados e apenas três deles mantiveram sua independência: Samos, Quios e Mitilene.
Na política, através das reformas constitucionais de Efialtes e Péricles, Atenas atingiu o auge de sua democracia: Governo do povo pelo povo, cargos públicos acessíveis a todos os cidadãos e remuneração dos cidadãos que exercessem cargos públicos para que mesmo os mais pobres pudessem suportar o ônus desses cargos. Foram criados em 501 a.C 10 novos cargos de estratego e a escolha dos arcontes passou a ser mediante sorteio a partir de 487 a.C.. A partir de 458-457 a.C. o arcontado foi aberto a todos os cidadãos, e não apenas aos mais ricos.
Entretanto, o imperialismo ateniense ofendeu o sentimento grego de independência das cidades estado e ameaçou a hegemonia comercial de Corinto. Esta cidade comercial por excelência viu seus interesses ameaçados quando Atenas assumiu o controle de Mégara e ocupou Náupactos, no Golfo de Corinto em 459 a.C. e no mesmo ano a guerra entre as duas cidades havia eclodido. Égina e Esparta se juntaram também a esta guerra contra Atenas. Apesar de conseguir a capitulação de Égina em 457-456 a.C. e conquistar a Beócia em 457 a.C., Atenas sofreu reveses em várias frentes. A decisão de atacar os persas no Egito levando a destruição de um flotilha de socorro em 454 a.C. e a derrota para os beócios em Coronea no ano de 447 a.C. deixaram Atenas em uma posição frágil. Por isso, em 446 a.C. Atenas concluiu um tratado de paz por 30 anos (chamado de "Paz de Trinta Anos") com Esparta pondo fim a primeira Guerra do Peloponeso.

fonte de pesquisa: www.wikipedia.com.br

Diáspora grega (especialista)

O processo de formação da civilização grega conta com uma interessante história onde observamos todo o processo de ocupação das várias regiões que integram a chamada Península Balcânica. De fato, não podemos pensar a Grécia Antiga como portadora de uma civilização homogênea no momento em que assinalamos a contribuição dos vários povos que integram o processo de formação da Hélade. Dos cretenses até os dórios, temos um longo caminho a percorrer no eixo espaço-temporal.

Além de dominar praticamente todo o espaço balcânico, notamos que os gregos também formaram outras cidades e centros de colonização que abrangiam pontos das ilhas do Mar Egeu, porções litorâneas da Ásia Menor, a Península Itálica, o Norte da África e as proximidades da Península Ibérica. Para compreendermos o espalhamento dos gregos por todo esse espaço, é necessário contemplar os primeiros tempos que norteiam a história pregressa da civilização grega.

O primeiro evento que marca a expansão dos povos gregos começa a se desenhar no século XV a. C., quando os aqueus dominaram a ilha de Creta e deram origem à chamada civilização micênica. Antes dessa fusão de ambas as civilizações, também temos que salientar a chegada de outras tribos indo-europeias à região continental da Grécia. Entre 2000 a.C. e 1200 a.C., eólios e jônios atingiram a Península Balcânica estabelecendo diversos pontos de ocupação humana.

Por volta do século XII a.C., os dórios empreenderam um violento processo de ocupação dos Bálcãs que estabeleceu uma profunda desarticulação dos hábitos e instituições firmados pela civilização creto-micênica. Adeptos ao nomadismo e detentores de uma tecnologia bélica visivelmente superior a dos outros povos da região, os dórios foram os responsáveis diretos pela dispersão das comunidades aqueias, eólias e jônicas para outros territórios.

Esse evento marcou a Primeira Diáspora Grega, tempo em que as populações atingidas pela invasão dórica ocuparsm novas terras no litoral da Ásia Menor e de outras ilhas situadas ao longo do Mar Egeu. Tal mudança foi acompanhada pelo enfraquecimento das atividades comerciais existentes na região, o fortalecimento das comunidades agrícolas e o esvaziamento de tantas manifestações artísticas e culturais anteriormente observadas.

Dessa forma, chegamos ao Período Homérico, que entre os séculos XII e VIII a.C. ficou marcado pela constituição das comunidades gentílicas. Tais comunidades foram voltadas para o desenvolvimento de atividades agrícolas e a exploração coletiva das terras. Em período de tempo relativamente curto, o desenvolvimento dessas comunidades promoveu um incremento populacional que acabou abrindo caminho para diversas disputas pelo controle das terras cultiváveis.

Nesse momento, o uso coletivo das terras acabou perdendo espaço para um grupo social mais próximo à figura do pater, que no interior dos genos tomava as decisões políticas de maior peso. Com isso, uma elite de proprietários de terras começou a se fortalecer sob o aspecto político-econômico e, consequentemente, impôs a marginalização de uma ampla população que não partilhava do mesmo prestígio junto à nova classe dirigente e, por conseguinte, não tinha acesso a terra.

Foi nesse momento que diversas populações saíram do interior dos genos para buscarem outras regiões com terras cultiváveis. Dava-se início à deflagração da Segunda Diáspora Grega, quando a população marginalizada pela crescente apropriação de terras passou a se lançar pelas regiões do Mar Negro e da Península Itálica em busca de regiões onde pudessem buscar sua sobrevivência. Com isso, a civilização grega se estabeleceu ao longo de várias colônias que superavam os limites do Mar Egeu.


por: Rainer Sousa

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A cidade-Estado de Esparta (autoral)






Esparta é uma cidade da Grécia, no sudeste da região do Peloponeso. Conquistou a vizinha Messénica, no ano de 700 a.C. Na Guerra do Peloponeso, Esparta derrotou Atenas e passou a comandar a Grécia.









História:



Esparta surgiu por volta do século IX a.C. Durante a época Micênica, surgiram ao sul de Esparta 2 centros urbanos, Amiclas e Terapne, nessa última encontrava-se santuários dedicados ao deus Menelau e à sua esposa Helena, personagens da Ilíada de Homero.



Como em outras partes da Grécia, a Lacônia viveu um decréscimo populacional no fim da era Micênica. No século seguinte à invasão dos Dórios, 4 aldeias da Lacônia se uniram para formar Esparta.



Perante o problema do crescimento populacional e falta de terras, Esparta optou pelo meio da guerra para solucionar o problema. Assim, Esparta decidiu conquistar os territórios vizinhos.



Em 570 a.C., uma tentativa de conquistar a Arcádia foi um fracasso, já que Esparta decidiu a sua política no sentido da democracia. Assim, Esparta ofereceu a outras localidades do Peloponeso a oportunidade de integrar uma liga, a Liga do Peloponeso.



Durante as Guerras Persas, Esparta liderou as forças para defender a Grécia por terra, enquanto Atenas defendia pelo mar. No final da guerra, a relação com Atenas acabou, formando a Guerra do Peloponeso, do qual os Espartanos saíram vitoriosos.





Educação:



A educação espartana apresentava particularidades em relação ao sexo e em estar concentrada nas mãos do Estado. Era centrada na orientação pra guerra e a segurança da cidade, sendo valorizada ao máximo a atividade física e o sentimento patriótico.



Viam na educação um modo para a domesticação dos jovens. Formavam soldados educados no rigor para defender a coletividade. Sabe-se que a criança, até os 7 anos vivia com a mãe, e a partir os 8 era mandada para uma espécie de bando ao ar livre.



Castigos físicos:











Figura 2- Luta-livre


Admitia-se o roubo e o ardil como formas válidas na formação das crianças. Sendo pegos em flagrante, eram submetidos a castigos como a flagelação pública. Dos 12 aos 15 anos eram ensinados-lhes a ler e calcular, naturalmente também a cantar o hino do poeta Tirteu. Na etapa final, dos 16 aos 20 anos, um pouco antes de entrar no serviço, eram adestrados as armas, na luta com lanças e espadas e no arco e flecha. Eram aumentadas a carga dos exercícios.



O cultivo da coragem: Platão observou que a sua principal falha era o ênfase excessivo aos exercícios físicos. Além disso, a obcessão militarista os impedia de conviver bem em épocas de paz. A maior crítica se refere a de desenvolver a coragem. O jovem não teria receio de nada que envolvesse as artes militares, por consequência não apreciavam nenhum tipo de tolerância.













Figura 3 - O guerreiro ferido


Intolerância: Qualquer fraqueza demonstrada era vista como algo que deveria ser repelido da sociedade. Para corrigir eventuais defeitos de comportamento, os instrutores recorriam à presença do “portador do látego”, encarregado de aplicar chibatadas e suplícios, que eram estendidos até as mulheres, para torná-las mais livres e endurecidas. Os legisladores espartanos criaram a críptia, um “esquadrão do extermínio”, para estimular os jovens a caçarem, sozinhos ou em bandos, os hilotas, os escravos que representavam uma ameaça ao seu vigor físico.



A educação dos homens: Os homens eram mandados ao exercito aos 7 anos. Aos 12, eran abandonados uma montanha sozinhos, nus e sem comida. Aos 18 voltavam para Esparta, e podiam ser agredidos por qualquer pessoa acima de 30 anos. Quem conseguisse viver até os 30 anos se tornava um oficial, voltando ao quartel.



A educação das mulheres: As mulheres recebiam quase a mesma educação que os homens. O objetivo era dotá-las de um corpo forte e sadio, para gerar filhos sadios. Consistia na prática de exercícios ao ar livre, com música e dança. Assim que atingiam a menarca (1ª menstruação), começavam a receber aulas práticas de sexo.



Assim que atingiam a maturidade (entre os 19 e 20 anos) elas pediam autorização ao Estado para engravidar. Se não conseguissem engravidar, eram mandadas para servir o exército.





Sociedade:



Esparciatas: Eram desse grupo os filhos de espartanos, sendo os únicos que possuíam direitos políticos. Deviam dedicar sua vida ao Estado espartano, permanecendo à disposição do exército ou negócios públicos. Era obrigatório receber a educação espartana e se inscrever num syssition¸uma espécie de refeitório comum. Não podiam exercer o comércio.



Hilotas: Eram os servos que trabalhavam nos lotes de terra, entregando metade da colheita ao Espartano. Cultivavam a terra a vida inteira e não podiam ser expulsos. Foram protagonistas de várias revoltas contra o governo espartano.



Periecos: Eram os habitantes da periferia que estavam integrados no estado espartano e ao qual pagavam impostos. Eram obrigados a participarem das guerras e não tinham direitos políticos. Podiam exercer o comércio e a indústria artesanal.





Instituições políticas:





Assembléia: Era composta por todos os Espartanos (exceto hilotas e periecos). Reunia-se uma vez por mês, elegiam os magistrados e designavam os gerontes.



Os Reis: Eram dois, pertencentes às famílias reais que afirmavam ser descendentes de Hércules. Destacavam-se os serviços de caráter militar e religioso.



Gerúsia: Preparava as propostas que seriam apresentadas à Assembléia. Tinham funções administrativa, legislativa e judiciária.



Apela: Formada por cidadãos espartanos maiores de 30 anos e elegia os membros da Gerúsia.



Éforos: Detinham amplos poderes, e eram os verdadeiros chefes de estado Espartanos.





Religião:



Ocupou um espaço maior que em outras cidades. Existiam 43 templos dedicados à divindades, 22 templos aos heróis, 15 estátuas de deuses e 4 altares.



Divindades: As divindades femininas desempenharam em Esparta um papel importante: dos 50 templos ditos por Pausânia, 34 são dedicados a deusas, sendo a deusa Atenas a mais adorada. O deus Apolo tinha uma importância crucial: o monumento mais importante na Lacônia era de Apolo em Amyclai.



Também havia o culto aos heróis da Guerra de Troia. Segundo Anaxágoras, Aquiles era adorado como um deus e tinha 2 santuários dedicados a ele. Eram adorados também Agamemnon, Cassandra, Clitemnestra, Menelau e Helena.



Esparta prestava culto a Castor e Pólux, e Héracles era uma espécie de “Herói Nacional”.













Figura 4 - Jovem deus estrangulando a serpente


Sacrifícios e sinais divinos: Os sacerdotes exerciam um papel importante em Esparta. Os dois reis estavam encarregados de realizar os sacrifícios públicos, que eram valorizados principalmente em tempos de guerra. Antes da partida de alguma expedição militar, se fazia um sacrifício a Zeus; quando se passava da fronteira realizava-se a Zeus e Atenas e antes da batalha a Ares Envalios.





Organização econômica:



A organização econômica em Esparta visava garantir a eficiência militar e a supremacia dos esparciatas. As melhores terras e também os hilotas que lá moravam era propriedades do Estado.





por: Raphaela A.

O surgimento das cidades-Estado

História

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b6/Balkan_topo_en.jpg/250px-Balkan_topo_en.jpg

Descrição topográfica da Península Balcânica.

Um dos fatores de evolução da mitologia grega foi a grande transformação que ela experimentou através dos tempos, e tal transformação serviu para enriquecer sua própria cultura. Os primeiros habitantes da Península Balcânica, em grande parte agricultores, atribuíam a cada aspecto da natureza um espírito. Finalmente, estes espíritos vagos assumiram a forma humana e entraram na mitologia local como deuses e deusas. Quando as tribos do norte invadiram a Península Balcânica, trouxeram consigo um novo panteão de deuses e crenças, voltadas à conquista, à força e à valentia, à batalha e ao heroísmo violento. Outras divindades mais antigas que povoavam a mente dos habitantes agrícolas se fundiram com aquelas dos invasores mais poderosos, ou então desvaneceram-se na insignificância.

A Idade das Trevas na Grécia (c. 1200 a.C.-800 a.C.) refere-se ao período da pré-história grega cujo início tem lugar a partir da suposta invasão dórica e do final da civilização micênicano século XI a.C. e cujo fim é marcado pela ascensão das primeiras cidades-estados gregas no século IX a.C., pela literatura épica de Homero e pelos primeiros registros escritos a utilizarem o alfabeto grego, no século VIII a.C..

A arqueologia mostra que houve uma colapso da civilização que habitava o mundo Mediterrâneo ocidental durante esse período. Os grandes palácios e cidades dos micênicosforam destruídos ou abandonados. A civilização hitita entrou em colapso. Cidades inteiras foram destruídas, desde Tróia até Gaza. A língua grega deixou de ser escrita. A arte cerâmica da idade das trevas grega consistia em desenhos geométricos simplistas, a decoração figurativa da produção micênica anterior sendo inexistente. Os gregos do período da idade das trevas viviam em habitações menores e mais esparsas, o que sugere a fome, escassez de alimentos e uma queda populacional. Não foi encontrado em sítios arqueológicos nenhum artigo importado, mostrando que o comércio internacional era mínimo. O contato entre poderes do mundo exterior também foi perdido durante essa época, resultando num progresso cultural vagaroso, bem como uma atrofia em qualquer tipo de crescimento.

Os reis desse período mantiveram sua forma de governo até que foram substituídos por uma aristocracia. Mais tarde, nalgumas áreas, essa aristocracia foi substituída por um setor aristocrático dentro de si próprio - a elite da elite. As técnicas militares de guerra tiveram seu foco mudado da cavalaria para a infantaria, e devido ao barato custo de produção e de sua disponibilização local, o ferro substituíu o bronze como metal, sendo usado na manufatura de ferramentas e armas. Lentamente a igualidade cresceu entre os diferentes estratos sociais, resultando na usurpação de vários reis e na ascensão da família (γένος, genos).

As famílias (γένοι, génoi) começaram a reconstruir seu passado, na tentativa de traçar suas linhagens a heróis da Guerra de Tróia, e ainda mais além - principalmente a Hércules. Enquanto a maior parte daquelas histórias eram apenas lendas, algumas foram separadas por poetas da escola de Hesíodo. Alguns desses "contadores de histórias", como eram chamados, incluíam Hecateu de Mileto e Acusilau de Argos, mas a maioria desses poemas foram perdidos.

Acredita-se que os poemas épicos de Homero contêm um certo montante de tradição preservada oralmente durante o período da Idade das Trevas. A validade histórica dos escritos de Homero têm sido disputada vigorosamente (cf. a "questão homérica"). Ao fim desse período de estagnação (uma das principais características da Idade das Trevas) a civilização grega foi engolida por um renascença que espalhou-se pelo mundo grego chegando até ao Mar Negro e à Espanha.



Fonte de pesquisa: www.wikipedia.com.br/Érika Bruno O. Peixoto